Recentemente foi publicada a reportagem em que "Veterinário
é proibido de dar consulta grátis e o caso gera indignação na web”. Por conta desta gratuidade dos serviços, o
profissional foi notificado pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária.
O Conselho Regional de
Medicina Veterinária notificou o profissional por violação a ética profissional
e para que cessasse os atendimentos gratuitos com base no art. 20 do Código de
Ética Profissional que cita que “Ao médico veterinário não é permitida a
prestação de serviços gratuitos ou por preços abaixo dos usualmente praticados,
exceto em caso de pesquisa, ensino ou de utilidade pública”.
Por conta deste episódio,
o veterinário informou que recebeu muitas críticas de colegas da profissão e
mensagens de apoio popular e de advogados que estão oferecendo apoio jurídico.
Ao que parece, trata-se de
uma pessoa com um perfil altruísta e com grande amor pelos animais. Mas, comete
o pecado de misturar as razões da profissão com o sentimento moral, pessoal e ideológico.
Utiliza dos meios profissionais da medicina veterinária para atender seus “anseios”
com o objetivo de tentar realizar atos com vistas a satisfação de interesse ou
sentimento pessoal, cujo efeitos se apresentam socialmente, principalmente nas
camadas mais carentes.
Talvez esta pessoa,
poderia identificar mais com um militante de uma causa do que profissional
propriamente dito. Entretanto, ao se apresentar como profissional, este deve
ser o perfil a se predominar acima de qualquer outro interesse. Assim fez o
juramento ético de zelar pela sua profissão (respeita os animais, a
dignidade e aos demais profissionais), que possui inúmeros deveres e obrigações
normatizadas. Poderia não trilhar por este caminho e não se submeter a cinco anos
de conhecimento técnico e de se apresentar como profissional. Mas, escolheu e se
submeteu a essas regras.
Em outro artigo “Quem vai pagar o tratamento veterinário do cachorro?” abordei e disse que era temerário
recair ônus sobre os médicos veterinários o problema social que estão
submetidos os animais de companhia. E assim dar sentido à vida que os
profissionais realizem atividades especiais para solucionar estas desigualdades.
Se todos aqueles que se sensibilizem por esta causa, devem lutar para que a
sociedade reconheça que é um problema social verdadeiro e busquem a solução e
viabilidade de recursos, ou por meio coletivo ou por meio até de políticas
públicas, como ocorreu em outros setores como a tutela ambiental e social de
animais silvestres, ou algo semelhante ao SUS, ou a defensoria pública para
realização plena da justiça. Mas, uma coisa estejam certos, tudo tem um custo,
e não poderá recair a profissão dos médicos veterinários que assuma o ônus da
gratuidade para assistência social privada, que por enquanto, está somente na
iniciativa individualizada destes tipos de profissionais que misturam o seu
sentimento com a as razões da profissão. E as outras iniciativas compensatórias
antes da gratuidade dos profissionais?
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